sábado, 22 de agosto de 2020

Convivendo com um passivo-agressivo, resumão do livro, parte 3

Chegamos ao terceiro assunto que quero destacar para você.

3. As pessoas com essa característica de passividade-agressiva guardam rancor facilmente, ou o que chamamos hoje de pegar ranço de alguém. Quando isso acontece, elas tendem a arrumar desculpas esfarrapadas infindáveis para não fazer as coisas que elas não querem fazer, ao invés de falar abertamente o que não lhes agrada. O passivo-agressivo vai concordar com você e depois vai postergar, procrastinar, enrolar para fazer o que você pediu.

Eu vejo vários problemas práticos nesse comportamento e aqui vai um exemplo para você. Aline ia receber uns amigos em casa no final de semana. Para isso ela precisava comprar coisas no mercado, mas ela também pretendia arrumar a casa, fazer um penteado simples, separar a roupa das crianças e outras coisas básicas de uma anfitriã. O mais óbvio era entregar, no dia anterior ao marido uma pequena lista de compras enquanto ela cuidava da casa, do cabelo, das crianças, etc.

Então ele olha para a lista, mas não faz nenhuma pergunta e a coloca no bolso. No decorrer das horas ela não vê sequer um movimento de que ele vai sair. Depois de um tempo ela percebe que ele saiu e, inocente pensa que ele foi comprar as coisas no mercado. No final do dia ela nota que ele só comprou metade da lista. É claro que nos últimos dias ele não tem se comunicado muito bem com ela. Aline decide não perguntar sobre as coisas que faltam. Afinal ela não quer que ele a coloque na geladeira logo no dia que eles vão receber uns poucos amigos.

No dia seguinte ela acorda antes de todos e decide providenciar o que falta da lista. Ao chegar em casa ela se da conta de que ele não está, ninguém sabe onde ele foi e ele não antende o celular. Aline termina os preparativos na cozinha, ajeita as crianças e abre a porta para os primeiros convidados. Nesse momento ela está sozinha, percebe?

Algum tempo depois o marido chega em casa com as coisas que faltavam e muito mais. Ele fala para todos que comprou as coisas em dobro porque ela não respondeu as mensagens dele. Aline se sente frustrada e impotente. Ele gastou mais do que podiam em coisas que ninguém vai comer e serão disperdiçadas.

Se ela reclamar da falta de comunicação (intencional) ele se fará de vítima na frente de todos. Ela não quer ser a vilã, mas se não falar nada, nunca vai corrigir o que está errado entre eles...

 

Eu não sou passivo-agressiva.
Eu uso minhas habilidades de comunicação indireta.

Aqui estão os links para ir direto aos assuntos do livro que mais lhe interessam.


O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D., New York, 1992.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Convivendo com um passivo-agressivo, resumão do livro, parte 2

primeira parte desse texto nos leva diretamente ao outro ponto que quero enfatizar, a solidão.

Oh, Glória!
É uma pena que você não tenha uma fantasia para usar.

2. Prepare-se para uma jornada solitária, pois esse homem será como o Mestre dos Magos do desenho A Caverna do Dragão. Tá bom, eu sei que é um cartoon antigo e só gente de meia-idade vai entender, mas eu ainda não tenho outra referência atualizada e essa me parece perfeita.

desenho animado é sobre um grupo de amigos que enfrenta uma jornada difícil em um mundo mágico. Não se desespere pois, eles encontram um mago que os ajudará. Esse mago, o Mestre do desenho, dá várias dicas para que os amigos possam vencer os desafios, encontrar a porta de saída e voltar para casa. De repente, não mais que de repente... tudo dá errado, as dicas eram uma *Merlim* e quando eles mais precisam, o mestre desaparece.

Não se preocupe pois, o mago voltará. Somente quando a tempestade tiver passado e o sol estiver brilhando no céu azul. Fala sério, coisa sádica e de mau gosto... detestava esse desenho.

analogia é triste e perfeita, afinal essas são qualidades não excludentes. Deixando o desenho de lado, esse homem não será um super parceiro e nem mesmo um parceiro razoável dependendo de quantas crises de dejavú ele tiver ou de quantas vezes você não puder socorrê-lo nas crises.

Ou seja, prepare-se para se sentir só. Ele vai se fechar em copas e te ignorará por completo várias vezes, por algum tempo, várias horas... A não ser por algumas poucas palavras essenciais, para ele, o tratamento de silêncio te deixará com aquela baixa autoestima bacana que só uns bons anos de terapia podem resolver.

Enquanto você aguarda pela sua sentença final, saiba que ele vai te colocar na geladeira por um tempo indeterminado e, sendo assim, está por sua conta e risco. Se não conhece essa expressão, ela signifca que mesmo quando ele responder as suas perguntas, na cabeça dele, elas não vão contar como uma decisão em conjunto. Torça para não precisar decidir sobre coisas sérias, pois ele não te ajudará ou, se o fizer, será de forma enviesada, ruim e/ou de má vontade.

Nesse momento você se verá fazendo as tarefas que ele não fez por estar "de mau" de você. Pode ser que tenha que parar a sua programação para ver se ele terminou as tarefas. Ainda pode ter que ficar de olho para que ele as faça corretamente. Então, se isso não é ter um filho adolescente, eu não sei o que é.


Aqui estão os links para você ir direto ao assunto.


O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D., New York, 1992.







sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Convivendo com um passivo-agressivo, resumão do livro, parte 1

Esta semana eu finalmente consegui acabar a tradução do livro Convivendo com um homem passivo-agressivo de Scott Wetzler, Lidando com a Síndrome de Personalidade da Agressão Camuflada. Essa é uma tradução minha mesmo, pois o livro não foi traduzido para o português. Da Cama até a Sala de Reuniões é o subtítulo do livro que vai te dar uma ideia muito boa, muito boa mesmo do que acontece na vida de quem convive com esses tipos.

Durante a tradução/resumão eu escrevo alguns *run, run as fast as you can* que querem dizer "corra, corra o mais rápido que puder" indo para o lugar mais longe possível. Esses cutucões são meus e você não encontrará no texto original do Dr. Scott, apesar de que uma vez ele quase falou isso, eu achei. Essas notinhas foram talvez o meu jeito (desesperado?) de expressar os comportamentos com os quais tenho mais dificuldade em lidar. Como você é diferente de mim, prepare-se para outros momentos de estrangulamento. Conte aqui nos comentários quais são eles, se achar importante compartilhar sua experiência com outras pessoas que passam pelo mesmo que você.

O livro fala de homens passivo-agressivos, mas isso não quer dizer que não existam mulheres passivo-agressivas. Aliás, conheço bem as duas espécies, mas assim como o autor, vou aqui falar diretamentos dO passivo-agressivO deixando A passivA para outro momento. Então, a conclusão de tudo o que li e vivi, adicionando alguns conselhos mais diretos está aqui para você.


Feliz dia de Ação de Graças
Quem quer começar com os comentários passivos-agressivos?


1.  Caso decida se casar com um passivo-agressivo, você não terá um marido ao seu lado 100% do tempo. Terá às vezes um marido e outras tantas vezes um adolescente rebelde morando e dormindo com você. Isso quer dizer que se pretende ter 2 filhos, pode ser que, às vezes, se veja como uma mãe solteira que tenta educar 3 filhos.

Por que falo isso? Porque viver com um passivo-agressivo demanda muita energia, pois ele precisa de constante estímulo, encorajamento, elogios e confetes sendo jogados na cabeça dele. Isso vai se repetir quase que o tempo todo e isso pode ser muito cansativo.

Eu imagino que você se relaciona ou se casa para ter um parceiro, um companheiro, um amante, uma pessoa para dividir com você as dificuldades da velhice e um pai para seus filhos, certo? Agora imagine-se com alguém que ao menor dejavú (uma situação atual que se parece muito com outra do passado) sai do papel de pai/marido para atuar como o filho adolescente revoltado, com você, é claro! Detalhe, você nem sempre vai entender esses gatilhos, porque nunca saberá exatamente o que ele está re-vivendo. Caso identifique o que você faz que engata o comportamento dele, pode ser que você não consiga controlá-los em si mesma. Veja só o tamanho da encrenca, pois todos agimos conforme nossa natureza humana e criação.

Pode ser que isso tudo não lhe preocupe no momento, afinal a paixão domina a visão realística da situação, ou vocês ainda não têm filhos... Pois, por enquanto são só vocês dois, namorados ou casados e você tem bastante tempo para ir até ele e conversar, pedir desculpas, se explicar e fazer as coisas que o livro indica (elas funcionam). Entretanto, como fica quando você estiver num dia ruim e já tiver um bebê no braço e o tal "adolescente emburrado" decidir ficar assistindo TV ou fingindo que não escuta o que você fala?

Nesse momento o seu marido não estará mais ao seu lado, ele te abandonou. Se você insistir nervosamente vai fazer com que ele se feche ainda mais, como explica sabiamente o livro. Então a situação pede que você vista a sua capa de mulher Zen Durante o Despertar da Consciência Cósmica, vá até ele e explique (e demonstre com apresentação de power point e tudo mais) que o seu desespero, grito, nervosismo, pavor, nada tem a ver com o que ele viveu na infância. Você está preocupada, nervosa, chateada, hormonal, sei lá. Depois dessa conversa terá que aguardar que ele saia da concha por si só, pois se forçar a barra fu*** de vez.

Continua amanhã...


Aqui estão links para você ir direto para as partes do livro que lhe interessam.



O livro: Living with the Passive-Aggressive man; Coping with the Personality Syndrome of Hidden Aggression - from the Bedroom to the Boardroom, de Scott Wetzler, Ph.D., New York, 1992.

domingo, 2 de agosto de 2020

Por que ler é importante?


"Nos livros aprendi a fugir do mal sem o experimentar"
Camilo Castelo Branco

6 coisas sobre a dor crônica que você não sabia

Eu acho que você com dor crônica sabe dessas coisas, mas talvez precise de alguém para colocar em palavras.

1. Sentir dor te deixa exausta:
Você pode não ter se conscientizado dessa realidade, mas a dor que você sente durante o dia te consome o mesmo tanto que uma gripe.

2. A dor é causa de um sono inadequado:
Se você pensa que depois de um dia de intensa batalha contra a dor você terá uma ótima noite de sono reparador... Isso não passa de um sonho.

3. Dor dá mau humor:
Para aqueles que acham que você é mau humorada por natureza explique que a dor crônica te suga física, mental e emocionalmente.

4. Dor destrói a concentração:
A maioria dos pacientes com dor crônica lutam ferozmente para viver uma vida normal. Você está constantemente tentando ignorar a dor e viver um dia de cada vez, mas não é assim tão fácil.

5. Dor destrói a autoestima:
Você não consegue fazer o que deseja na hora que quer mesmo se tentar. Para ajudar as pessoas ficam bravas e insatisfeitas com você mesmo depois de todos os seus esforços. É mesmo frustrante!

6. Dor causa o isolamento social:
Quando você está sentindo dor a última coisa que você quer é se arrumar para pegar um cinema, participar do churrasco da firma ou mesmo almoçar com amigos, ou com a família.

7. Sentir dor te deixa deprimida:  
É normal depois de alguns anos de dor crônica a pessoa sentir uma grande tristeza. Alguns episódios de crise podem ser especialmente depressivos inclusive com pensamentos profundamente obscuros... Procure ajuda!

Ops, era para ser 6, mas saíram 7... Na verdade, tem muito mais...

Quais os suas descobertas sobre os efeitos colaterais de se sentir dor todos os dias, todos os momentos e em todos os movimentos?


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